Sejuf promove reflexão sobre o legado de Luiz Gama, o Patrono da Abolição da Escravidão no Brasil 19/11/2019 - 18:11

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, foi realizada nesta terça-feira (19/11), no Auditório Mário Lobo, no Palácio das Araucárias, a palestra “Luiz Gama: Um defensor dos escravos e do Direito”, para refletir sobre a vida e contribuições de Luiz Gama, o Patrono da Abolição da Escravidão no Brasil.

A palestra foi ministrada pela doutora Ligia Fonseca Ferreira, professora do curso de graduação e do programa de pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ligia residiu por 13 anos na França, onde fez doutorado na Universidade Sorbonne Nouvelle – Paris  sobre o líder abolicionista Luiz Gama, tornando-se assim uma das principais estudiosas e divulgadoras de sua obra.

“Fico muito feliz de estar aqui às vésperas da Consciência Negra. Hoje no Brasil estamos bastante conscientes do que a cultura negra e a presença africana trouxeram a todos nós, mas é extremamente importante falar sobre Luiz Gama, um indivíduo singular que foi o primeiro abolicionista no Brasil, e que traz considerações extremamente atuais para a nossa sociedade”, destacou Ligia.

Luiz Gama foi jornalista e poeta brasileiro nascido em 1830. Mesmo filho de mãe negra livre e de pai branco, foi feito escravo aos 10 anos de idade. Conquistou judicialmente a própria liberdade e passou a atuar na advocacia em prol dos cativos. O trabalho de Luís Gama na causa emancipacionista dos negros em plena vigência das leis escravocratas foi de extrema importância. Em uma carta autobiográfica, o líder estimou que houvesse libertado mais de 500 escravos, recebendo assim o título de Patrono da Abolição da Escravidão no Brasil.

Estímulo – O secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, lembrou da importância do legado de Gama para o combate às desigualdades.  “Recordar as lições do passado, através da figura de Luis Gama, é um estimulo que nos faz refletir melhor sobre as condições atuais dos negros no país”, disse. “É um personagem que precisa ser mais lembrado e reverenciado, pois é um exemplo para as futuras gerações. Nessa época em que vemos o país tão polarizado e com tantos problemas causados por intolerância e falta de respeito às opiniões dos diferentes, recordar as lições do Luiz Gama é um estímulo para refletirmos melhor sobre as condições das pessoas negras na história do país, que foram vítimas de uma chaga imensa que é a chaga do racismo e da escravidão”, completou.

Para a chefe do Departamento de Promoção e Defesa dos Direitos Fundamentais e Cidadania (Dedif), Regina Bley, o evento foi de extrema importância por debater e atuar no enfretamento a desigualdade racial, especialmente no racismo, e refletir sobre graves problemas estruturais e históricos que o povo negro sofreu e sofre no país. “Não é possível escrever, conhecer e compreender a história do Brasil, sem primeiramente compreender a história e contribuições do negro no Brasil”.

Participaram também o procurador da Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior; o diretor de Justiça, Cidadania e Trabalho, Antonio Devechi; o presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Saul Dorval da Silva; a chefe da Defensoria Pública da União no Paraná, Rita Cristina de Oliveira; a diretora da Escola da Defensoria Pública do Estado, doutora Flavia Palazzi, através da sua representante, Cinthia Azevedo Santos; a presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB, doutora Andreia Candida Vitor, representada pela doutora Fernanda Nicolotti; e a coordenadora do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros da UFPR, doutora Megg Rayara de Oliveira.

Organização - O evento foi realizado pela Secretaria de Justiça, Família e Trabalho, por meio do Departamento de Promoção e Defesa dos Direitos Fundamentais e Cidadania (Dedif) e da Escola de Educação em Direitos Humanos (Esedh), e contou ainda com o apoio do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Consepir), OAB-PR, Defensoria Pública do Estado do Paraná, Defensoria Pública da União e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFPR.

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